Definitivamente, em um mundo cada vez mais acessível ao conhecimento, as informações são ainda maiores sobre qualquer assunto. Embora esse acesso ao conhecimento geral seja cada vez maior, a falta de informação ainda se estabelece em alguns temas. Em se tratando do Autismo, mais do que nunca, as pessoas buscam informações para conhecer esse mundo tão especial, que abriga diversas pessoas das mais diferentes idades. O Dia Mundial da Conscientização do Autismo, celebrado em 2 de abril, é um momento crucial para promover a compreensão e o respeito pelas pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Unindo-nos em azul, podemos construir pontes para um mundo mais inclusivo e acolhedor para todos.
Dia Mundial da Conscientização do Autismo: Iluminando o Mundo de Azul pela Inclusão
O TEA se tornou, ainda mais, um dos temas frequentes entre especialistas da neuropsicologia, principalmente a partir da virada de século. O que antes era um assunto tratado sem a importância devida, hoje é um tema fundamental para a educação e socialização das pessoas que possuem o espectro autista. A sensação de pertencimento e de acolhimento cada vez aumenta e as pessoas passam a se sentirem mais livres, para poder ser quem é, sem medo dos julgamentos ou de qualquer outra coisa que os limite.
Por isso, o Dia Mundial da Conscientização do Autismo foi criado. Ele é um lembrete de que todos nós possuímos nossas peculiaridades e jeitos de ser. Precisamos aceitar as pessoas como elas são. Devemos cuidar para que os autistas possam crescer e se desenvolver ainda mais junto com todas as outras pessoas, sem distinção ou limitações. Todos nós aprendemos com nossas limitações do dia a dia. Ainda mais, nós aprendemos ainda mais quando uma pessoa do espectro autista mostra que, apesar das suas limitações, nada impede seus sonhos, objetivos e sua vida.
O que é Autismo?
Primeiramente, o TEA é um problema no neurodesenvolvimento da pessoa. Isso pode prejudicar a sua organização das ideias e pensamentos, interação, comunicação e socialização, além das emoções e dos pensamentos do indivíduo. O grau de autismo que cada pessoa possui pode variar. Mesmo assim, todos os que estão nesse espectro se enquadram, independentemente de terem um grau maior ou menor.
Agora vamos mostrar os três níveis do transtorno e como cada um age na pessoa:
Grau 1 (Mais Leve): A pessoa apresenta dificuldades nas suas interações sociais. Possuem pouca vontade de interagir com as outras pessoas, em determinados momentos. Apresenta dificuldades em se adaptar a novas rotinas que ocorrem. Há uma grande dificuldade de se organizar e planejar atividades;
Grau 2 (Nível Médio): Aqui há um comprometimento grave nas questões de interação, socialização e comunicação verbal e gestual da pessoa. Seus comportamentos são quase sempre os mesmos e apresentam movimentos repetitivos frequentemente. Não se adapta e sofre com as mudanças da sua rotina e tem dificuldades em mudar o foco do seu comportamento;
Grau 3 (Grave): Nota-se uma dificuldade enorme em fazer tarefas simples da sua rotina, inclusive as suas necessidades fisiológicas. A comunicação, socialização e interação é afetada a níveis críticos. O autista, nesse estágio, sofre ainda mais com a mudança de rotina e com os movimentos seus que se repetem. Isso tudo pode gerar crises de ansiedade, estresse e outros sentimentos a pessoa.
Sinais de Alerta do Transtorno do Espectro Autista
Antes de mais nada, os primeiros sinais de que uma pessoa possui o Transtorno do Espectro Autista pode surgir, normalmente, nos primeiros meses de vida de uma criança. No entanto, esses sinais podem aparecer em qualquer fase da vida de uma pessoa. Os mais comuns são:
- Dificuldade de se socializar, baixo contato visual, dificuldade em identificar gestos e expressões comunicativas, em expressar suas emoções e criar novas amizades;
- Repetição no uso da linguagem e dificuldade de começar e manter um diálogo;
- Alterações no comportamento, que podem ser repentinas, manias, apego pela rotina que tem, ações repetitivas, demasiado interesse em algo específico e dificuldade com a imaginação.
- Atraso anormal na sua fala;
- Sentir incômodo em lugares e ambientes com muitas pessoas;
- Repetições comuns de gestos, movimentos e ações;
- Possui problemas gastrointestinais relacionados ao estresse e à ansiedade.
Diagnóstico e Tratamento do Autismo
O TEA não possui cura, porém o tratamento do transtorno desde cedo significa uma vida com mais qualidade para as pessoas autistas. Conversas com o pai e a mãe, observação do comportamento durante a infância por especialista é um dos caminhos. Na fase adulta, a ajuda de uma psiquiatra pode definir o grau de transtorno da pessoa, a partir dos relatos do autista sobre a sua rotina e todos os seus comportamentos e ações.
Acompanhar o quanto antes e tratar da melhor forma é um passo fundamental nesse processo. Encontrar especialistas em comportamento e outros campos, como a fonoaudiologia, ludoterapia, psicologia e psiquiatria permitem que o indivíduo se sinta bem. Não há remédios para o autismo, mas, sim, para a ansiedade, estresse, hiperatividade, depressão e tudo o que afeta o transtorno. Com esses cuidados, certamente o dia a dia de cada ser humano com TEA, da família e dos amigos será melhor.
A Importância da Inclusão e do Apoio às Famílias
A rotina de diversas famílias que possuem familiares com autismo é afetada de diversas formas, sejam mais ou menos evidentes. Por isso é essencial que as pessoas que convivem com uma pessoa que possui TEA acolham o indivíduo e a família com bondade, amor e gentileza. Entender a rotina de quem possui o transtorno ajuda os outros a buscarem formas para tornar o clima mais alegre, caloroso e inclusivo. Sentir que os outros se importam com a situação e as dificuldades é um ato de empatia enorme.
A família se sente muito bem quando outras pessoas estão dispostas a ajudar e apoiar, seja emocionalmente, psicologicamente ou presencialmente. Colegas de escola, de trabalho, amigos e conhecidos têm um papel fundamental em apoiar a família. Seja com ações ou até gestos, sentir que os esforços não são em vão faz a família ainda mais feliz. Com motivação e alegria fica mais fácil de lidar com a rotina de convivência entre autista e a família.
Como Você Pode Contribuir para um Mundo Mais Inclusivo para Pessoas Autistas
Por fim, como nós todos podemos tornar o mundo cada vez mais inclusivo para pessoas com TEA? O segredo está na simplicidade e nos gestos diários. Não apenas lembrar no dia 2 de Abril, ir mais além. Fazer uma reflexão do quanto estamos tornando importante cuidar da comunidade autista nos motiva a buscar ajudar ainda mais. Sorrisos, cumprimentos, conversas, ouvir e saber como cada um se sente é importante.
O ambiente de trabalho precisa acolher o autista e possibilitar que ele extraia o melhor do seu potencial sem prejudicar suas emoções e sentimentos. A constante ajuda em dúvidas, feedbacks e a rotina deve ser algo leve e que ele possa compreender. Não pular etapas ou forçar algo também é de suma importância. Cada um tem o seu tempo de aprender e evoluir.
Na escola, professores, colegas e direção podem auxiliar no processo de aprendizagem do aluno com TEA. Se há alguma dificuldade em entender, o apoio e suporte individual deve ser humanizado, claro e amoroso, para que ele aprenda no seu devido tempo, sem prejudicar seu emocional ou suas etapas de aprendizagem. A observação da rotina facilita a convivência e traz as mudanças necessárias para um ambiente mais inclusivo.
Todos nós podemos tornar um mundo melhor para todos. Tornar esse mundo um lugar feliz e seguro para os autistas transforma não só a realidade deles, mas a nossa também. Podemos fazer a nossa parte e fazer com que todos se sintam acolhidos e que cresçam cada dia. Ser autista é ver a vida com mais sentimentos, emoções, carinho e alegria. Nosso papel é tornar tudo isso possível a todos!
