Relembre os cinco títulos do Brasil em Copas do Mundo | Blog Colombo
Estilo de Vida

Relembre os cinco títulos do Brasil em Copas do Mundo

capa

Na história das Copas do Mundo, o Brasil deixou sua marca cinco vezes, maior número de títulos, que uma seleção ganhou até a competição deste ano. Apesar dos nossos fracassos recentes, como em 2014, quando fomos goleados pela Alemanha nas semifinais em pleno território brasileiro, ainda podemos nos orgulhar de nosso passado glorioso.   

Precisamos exaltar o futebol que nos presenteou com craques da bola em todas as épocas desde o início do torneio, em 1930. Hoje enchemos o peito para dizer que Pelé e Garrincha são brasileiros. Nas conversas de boteco, ainda ouvimos o quanto Jairzinho, Tostão e Rivelino marcaram época.

Ao olhar para trás, os nossos olhos enxergam, em um passado não muito distante, o futebol de Romário e Bebeto. É importante nos lembrar que o Felipão do vexame dos 7 a 1 é o mesmo técnico da nossa última glória em 2002, ano de Ronaldo, Ronaldinho e Rivaldo. 

O nosso passado glorioso nos dá combustível para acreditar ser possível ver uma nova geração de craques brasileiros vencer a competição de seleções mais importante do mundo pela sexta vez. Afinal de contas, nós nunca desistimos, somos brasileiros.  

Pensando em tudo isso, vamos lembrar como foram nossos cinco títulos de Copa do Mundo. Passaremos pelos anos de 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002, revendo os jogadores que fizeram história com a pesada camisa do Brasil. Está pronto?  Então, vamos lá!

Copa de 1958: O dia em que Gilmar e Nilton Santos pediram a escalação dos garotos Pelé e Garrincha

A Copa de 1958 aconteceu na Suécia, sendo que o país sede foi definido em 1948, durante um congresso da FIFA. As eliminatórias surpreenderam muitos torcedores, porque países como Uruguai e Itália não conseguiram a classificação.

Os 16 times participantes da competição foram divididos em quatro grupos de quatro. Cada um tinha uma equipe sul-americana, dos britânicas, do Leste Europeu e da Europa Ocidental. Depois da fase de grupos, os dois primeiros participavam de decisões por mata-mata até a final.

O técnico do Brasil, Vicente Feola, estava cercado de um time consagrado com vários craques, entre eles: O goleiro Gilmar, os zagueiros De Sordi, Belini e o experiente Nilton Santos. No meio de campo, Dino Sani, Didi e Moacir. No ataque, Joel, Mazzola, o artilheiro Dida e o ponta Zagallo.

Seleção brasileira na final contra a Suécia. Títulos Brasil.

Time campeão da Copa de 1958. Créditos: CBF

Na reserva, nós tínhamos nada mais ou nada menos que jogadores do quilate de Djalma Santos, Zito, Vavá, Pepe, o craque das pernas tortas, Mané Garrincha, além da grande aposta, o garoto Pelé, de apenas 17 anos.

O início duvidoso de uma seleção vitoriosa

A copa da Suécia reservava surpresas e um início no mínimo duvidoso. O primeiro jogo contra a Áustria começou nervoso, a seleção não se encontrava em campo, até que aos 38 minutos Mazzola abriu o placar. Na segunda etapa Nilton Santos ampliou a vantagem e no final da partida ele de novo fechou a conta. Apesar dos 3 a 0, o Brasil não convenceu. Já no segundo jogo contra a Inglaterra, os brasileiros jogaram melhor, mas não o suficiente para sair com os três pontos. O zero a zero perdurou até o final.

O ex-goleiro da seleção, Gilmar confessou que o Brasil vivia um momento ruim, o então técnico Feola consultou alguns jogadores mais experientes como o lateral Nilton Santos para pedir uma opinião: Será que os garotos Garrincha e Pelé conseguiriam suportar o peso da camisa e dar conta do recado? A resposta de Gilmar e Nilton foi sim. A partir daquele momento, o mundo inteiro passaria a apreciar o futebol do rei Pelé e aquele que seria chamado de craque das pernas tortas.

Jogadores com a taça da Copa do Mundo. Títulos Brasil.

Da esquerda para a direita: Capitão Bellini, técnico Vicente Feola e o goleiro Gilmar com a taça. Créditos: Divulgação

Na terceira partida contra a União Soviética, outro jogador chamou a responsabilidade para si. O nome dele era Vavá. O marcador acabou aberto logo aos dois minutos de jogo com ele. Na segunda parte, Vavá de novo tranquilizou a torcida, garantindo a vitória.

A partir da entrada de Pelé e Garrincha, o Brasil encontrou o seu melhor futebol, mas isso não significava vida fácil. Nas quartas de final, o time de Feola enfrentou o País de Gales. No jogo duro, a estrela da promessa brilhou e Pelé fez o único gol daquele mata-mata, aos 26 minutos do segundo tempo.      

Na fase seguinte, o adversário era a França de um dos maiores goleadores das copas de todos os tempos, Just Fontaine. A sua média de gols até aquele momento era incrível. Oito gols em quatro jogos.

Logo no início do jogo, Vavá, sempre ele, abriu o placar. O problema é que o goleador francês, Fontaine, não queria ver seu time ser eliminado e empatou. No final do primeiro tempo, Didi fez o dele e o Brasil foi para o intervalo na frente. O segundo tempo tinha dono e ele se chamava Pelé. O garoto desequilibrou, marcando três vezes. Os franceses até diminuíram com Piantoni, mas isso não foi o suficiente. O chocolate de 5 a 2 coroou a boa atuação.

O fantasma da copa de 1950 reaparece

Era o dia do último passo para levantar a taça de campeão. Na grande final, o time brasileiro enfrentou a anfitriã, Suécia. Nessa decisão o fantasma da copa de 1950 assombrava de novo, isso porque os suecos fizeram um gol no começo dos 90 minutos. Na copa de 50 o Brasil havia perdido o título debaixo do seu nariz, no Maracanã. 

Didi foi corajoso ao buscar a bola no fundo das redes para motivar a equipe diante do revés. O líder colocou a bola no meio campo, demonstrando convicção na virada do jogo. Adivinhe o que aconteceu? Sempre ele, Vavá empatou e virou o jogo ainda na primeira parte da partida. Já na etapa complementar Pelé e Zagallo assumiram o confronto e fizeram o Brasil jogar, marcando seus gols. E a Suécia ainda tentou reagir, mas não conseguiu segurar a máquina brasileira.  O placar final sinalizou 5 a 2 para o time canarinho. Desse jeito, a taça Jules Rimet pertenceu ao Brasil pela primeira vez.

O destaque da copa: Vavá

Apesar de Pelé e Garrincha terem sido a revelação da seleção de 1958, o maior destaque ficou com o centroavante Vavá, que marcou cinco gols na copa. O “peito de aço” como era conhecido, roubou a cena e conquistou a titularidade no meio da competição.

O jogador era a cara dos brasileiros, tinha raça e vontade de jogar, todas as vezes que a bola estava na área nos pés de Vavá, o torcedor poderia contar um chute forte e certeiro. Não foi à toa que o atacante conseguiu roubar a cena no mundial daquele ano com lances e gols inesquecíveis. Ele marcou contra a União Soviética, França e Suécia.

 Vavá, logo ali na frente, seria bicampeão mundial, no Chile, em 1962. O craque acabou sendo apelidado de Leão da Copa, por conta da sua eficiência em campo.

Estatísticas

Quantidade de jogos: 35

Gols: 126

Média: 3,6 por jogo

Melhor ataque: França (23 gols)

Maior goleada: Tchecoslováquia 6 x 1 Argentina

Artilheiro:  Just Fontaine (13 gols)

 Para assistir o Brasil fazer história mais uma vez na copa de 2022, você pode conferir as nossas ofertas de linha de TV, áudio e vídeo. Nós temos as melhores TVs com imagens 4K e também áudio de primeira qualidade com soundbar.

Copa de 1962: Com a contusão de Pelé, Garrincha assume o protagonismo e leva o Brasil ao bicampeonato 

Com o Brasil campeão na última edição, a Copa do Mundo finalmente voltou a ser disputada na América do Sul em 1962. O Chile era o país escolhido para sediar a Copa de 1962, com participações decisivas do membro do comitê organizador, Ignacio Iñiguez Undurraga. Foi ele um dos responsáveis por levar a Copa até o povo chileno. Esse mesmo dirigente morreu em 25 de novembro de 1956, não conseguindo ver o torneio que tanto lutou para acontecer em seu país. Além dele, outro membro do comitê, Juan Pinto Durán acabou falecendo em 03 de novembro de 1957, menos de um ano depois. 

Essas não seriam as principais tragédias, o pior ainda estava por vir. Dois anos antes do maior evento esportivo do planeta, o Chile foi vítima de um terremoto arrasador, que chegou a  9,5 graus na escala Richter. Como se não bastasse, o país ainda sofreria uma tsunami com ondas de 10 metros. 

O cenário terrível tinha um resultado de mais de dois mil mortos, três mil feridos e dois milhões de desabrigados. A pergunta que muitas pessoas fizeram era: Como fazer uma Copa após todas essas tragédias? Será que haveria clima para reunir o mundo no Chile? 

Crédito: Divulgação

Nesse momento a união dos chilenos para a realização dessa competição prevaleceu. A Copa serviu como motivação para a superação daquela nação. No entanto, um último golpe do destino aconteceria e o presidente do Comitê Executivo, Carlos Dittborn Pinto, sofreu um infarto e também morreu a 32 dias do mundial, em 28 de abril. Ele era a principal figura da festa do futebol e não assistiria ao espetáculo. 

Já no Brasil as coisas também mudaram, principalmente no comando técnico com a saída do Vicente Feola e a chegada do Aymoré Moreira. Apesar da troca na casa mata, a base do time não mudou. A seleção brasileira ainda contava com Gilmar, Djalma Santos, Nílton Santos, Didi, Zagallo, Vavá, Pepe, Zito, Bellini (que perdeu a posição para Mauro Ramos),  Garrincha e Pelé.

A grande surpresa para os brasileiros foi a lesão da estrela da equipe, Pelé, logo no segundo jogo da Copa contra a Tchecoslováquia. A partir da lesão do rei, Amarildo assumiu sua posição, arrebentando no mundial. No entanto, quem assumiu a bronca, carregando o Brasil nas costas, foi Garrincha. Ele já vinha se destacando no Botafogo, com dribles e gols inacreditáveis.   

Amarildo surpreende

A campanha brasileira teve cinco vitórias e um empate. Após a contusão de Pelé, Amarildo o substituiu, já começando a empilhar gols contra a Espanha no segundo jogo. Os espanhóis abriram o marcador com Abelardo. 

O placar poderia ter sido ampliado, se o pênalti cometido por Nilton Santos fosse marcado. Na jogada, Santos faz a penalidade e logo se coloca fora da área, confundindo assim o juiz que apenas marcou falta. 

Na cobrança, Puskás, o húngaro, naturalizado espanhol fez um golaço de bicicleta. Aquele mesmo que deu o nome ao prêmio que hoje contempla os gols mais bonitos de cada ano. O problema, ou melhor, a solução para o Brasil foi impedimento assinalado pelo bandeirinha.  

 Amarildo virou sobre a Espanha com dois gols em cruzamentos, um vindo de Zagallo e outro que foi realizado por Garrincha. Curiosamente os três que participaram dos gols jogavam juntos no Botafogo. 

No mata-mata, os donos da casa fazem jogo duro 

A semifinal contra o Chile foi a mais dura. Os chilenos não venderiam barato a possibilidade de conquistar a taça diante da sua torcida. O clima da partida era de guerra. Porém, isso não assustou os craques do Brasil, com Garrincha dando um show. 

O jogador das pernas tortas fez um gol de pé esquerdo e outro de cabeça, assim o Brasil abriu 2 a 0. O Chile até descontou, contudo Vavá fez mais dois, fechando o placar. Após a derrota, os donos da casa começaram a provocar e a agredir os brasileiros. Nem mesmo Garrincha se aguentou, foi expulso após ter dado um chute no jogador chileno Rojas. Apesar da expulsão, os dirigentes trabalharam nos bastidores para que o destaque da seleção não fosse punido, podendo jogar a final.  

Brasil campeão de 1962. Créditos: Divulgação

Já no jogo da final contra a Tchecoslováquia, o Brasil não teve grandes dificuldades, conseguiu vencer por 3 a 1. Os gols foram anotados por Amarildo, Zito e Vavá. Dessa forma, o Brasil ficou com o bicampeonato, tendo em Garrincha e Amarildo, jogadores fundamentais para a boa campanha.  

Estatísticas 

Quantidade de jogos: 32

Gols: 89

Média: 2,78 por jogo

Melhor ataque: Brasil (14 gols)

Maior goleada: Hungria 6 x 1 Bulgária

Artilheiros: Garrincha e Vavá (4 gols)

Copa de 1970: Reunião secreta define time tricampeão com Pelé e Tostão jogando juntos

Às vésperas da Copa de 1970 no México, o Brasil vivia um momento crítico no seu campo político com a ditadura militar do então presidente Emílio Garrastazu Médici. Dentro das quatro linhas, o Brasil era comandado por João Saldanha, militante comunista assumido. O técnico  tinha o apelido de “João sem medo”, porque não costumava levar desaforo para casa. 

Até mesmo Pelé não escapou de suas duras críticas, quando o técnico disse que o astro não estava jogando bem, por conta de uma miopia. Muitos acharam que Saldanha não levaria o rei para o mundial. 

No meio de todas essas coisas, saiu a notícia de que Médici gostava muito do jogador Dadá Maravilha e o queria ver na seleção brasileira. Durante uma entrevista coletiva, ao ser perguntado sobre a preferência do mandatário, Saldanha afirmou. “Eu e o presidente, ou o presidente e eu, temos muitas coisas em comum. Somos gaúchos. Somos gremistas. Gostamos de futebol. E nem eu escalo ministério e nem o presidente escala time. Você está vendo que nós nos entendemos muito bem”.

Duas semanas depois da declaração, o técnico foi demitido a dois meses da Copa. Ele acabou trocado por Zagallo. A imprensa da época noticiou que o desligamento ocorreu por conta de divergências entre Saldanha e o diretor de futebol da Confederação Brasileira de Desportos (entidade antecessora à CBF), Antonio do Passo. O treinador não teria escalado o Pelé em um jogo contra o Chile, o que desagradou o dirigente. Dessa forma, não há comprovações de que Médici teria demitido Saldanha. 

Zagallo e o problema dos cinco camisas 10 da seleção 

O problema que todo técnico quer ter atualmente, Zagallo já tinha em 1970 para escalar o Brasil. A seleção possuía cinco camisas 10, ou seja, jogadores que atuavam na mesma posição. 

Esses atletas eram tão bons, que não podiam ficar no banco de reservas. Além de Pelé, Gérson, Tostão, Rivellino e Jairzinho, tinham o número 10 em suas costas nos clubes brasileiros, com exceção de Tostão que vestia a oito, mas já tinha sido 10 em outras oportunidades na seleção. Com  isso, acabou sobrando para o Rivelino ser deslocado para a ponta esquerda. Mesmo em uma posição diferente, o jogador não abria mão de jogar maravilhosamente bem.

Dos 19 gols marcados, 17 tiveram participação de algum integrante deste quinteto de ouro. Foram sete de Jairzinho, quatro de Pelé, três de Riva, dois de Tostão e um de Gérson. Nos outros dois, as assistências do Rei e de Tostão. Apesar desse quinteto fantástico jogar com facilidade, o treinador da equipe não encontrou facilmente os seus titulares ideais.

Pelé e jogadores na copa de 1958. Títulos Brasil.

Créditos: CBF

Ele trocou o esquema de 4-2-4 clássico para 4-3-3 ofensivo com Rogério ao lado de Pelé. Tostão parecia não fazer parte dos planos, porque estava voltando de uma cirurgia no olho e poderia não ter condições de atuar.

Zagallo comandou a equipe em seis testes antes da copa, ganhou quatro e empatou duas. Uma das partidas em um empate contra a Bulgária, finalmente ouviu a torcida e colocou Tostão com a 10, mas tirou Pelé, que entrou justamente em seu lugar no decorrer do jogo.  O time era constantemente vaiado, nada dava certo.

Conversa entre os jogadores define posição de cada um com mudanças na equipe 

Dois dias antes do último compromisso em solo brasileiro, os jogadores tiveram uma reunião no quarto de Pelé, durante a concentração. De acordo com uma reportagem da Revista Placar, a conversa de Pelé, Tostão, Gérson, Rivellino e Clodoaldo definiu algumas mudanças.

Entre essas trocas, estavam Pelé pelo meio e Tostão pela ponta-esquerda, mas jamais fixos, um alternando com o outro. No meio ficou decidido que o volante Clodoaldo ficaria na marcação, Gerson organizaria taticamente a equipe e o Rivelino cairia pelas pontas. 

O time ainda teve Piazza como quarto zagueiro ao lado de Brito. Contra a seleção austríaca, as transformações foram percebidas. Na ocasião, Rivellino marcou o único gol em uma escapa pela ponta. Ali era o início de um futebol que conquistaria o mundo. Para a Copa, o lateral esquerdo Marco Antônio saiu para dar lugar ao gremista Everaldo, a fim de dar consistência à defesa.  

A campanha do tricampeonato 

Foi na Copa de 1970 que o Brasil ficou conhecido por praticar o “futebol arte”, devido a beleza dos lances. O Brasil iniciou a fase de grupos atropelando a Tchecoslováquia por 4 a 1 de virada. No segundo jogo o adversário era a dura Inglaterra, que tinha sido campeã em 1966. Nesse confronto, o goleiro inglês Banks defendeu uma cabeçada de Pelé, quase indefensável. O único gol da partida acabou anotado por Jairzinho.  

Ao longo da campanha na fase mata-mata, mais precisamente na semifinal, o Brasil encarou o fantasma de 1950, o Uruguai. Tudo parecia estar perdido porque os uruguaios saíram na frente, mas Clodoaldo, Jairzinho e Rivelino deram um jeito de levar os brasileiros para a final contra a destemida Itália. Por sua vez, os italianos passaram pela Alemanha por 4 a 3, com todos os gols marcados na prorrogação. 

Seleção na final contra a Itália. Títulos Brasil.

Jogadores perfilados para a grande final. Créditos: FIFA

A final que o Brasil pediu para Deus aconteceria no Estádio Azteca e mais de 100 mil torcedores viram a goleada brasileira em cima da Azzurra. O primeiro tempo foi equilibrado com o placar de 1 a 1. Pelé e Boninsegna anotaram os gols. Na etapa complementar, Gérson, Jairzinho e Carlos Alberto fechara o placar, era a vitória do Brasil na copa de 1970.

O gol magistral de Carlos Alberto em um ataque de almanaque

O lance do quarto gol do Brasil é praticamente um gol de almanaque. Tudo começa com Tostão fazendo cobertura de Everaldo, que sofre um drible de Domenghini. Após a recuperação, a bola sai de Piazza, passando por Clodoaldo que volta o jogo. Os defensores jogam com Clodoaldo novamente, que dribla quatro italianos e passa para Rivelino na ponta. Ele dá um toque certeiro para Jairzinho que corta para o meio, passando para Pelé. O rei enxerga o avanço livre de Carlos Alberto pela direita e faz o passe para o lateral chegar, batendo forte no canto direito do goleiro. Pela terceira vez, o Brasil conquistava o mundo. O trunfo, foi o futebol da melhor seleção brasileira de todos os tempos.

Estatísticas  

Jogos: 32

Gols: 95

Média de gols: 2,96 por jogo

Melhor ataque: Brasil (19 gols)

Maior goleada: México 4 x 0 El Salvador 

Artilheiros: Gerd Muller (10 gols)

Copa de 1994: Do futebol arte do tri para o pragmático time de Dunga do tetra 

A Copa de 1994 foi realizada nos Estados Unidos. Havia uma grande dúvida em relação ao sucesso da competição, porque o país norte americano não tinha sua preferência no esporte (ainda não tem). Muito pelo contrário, esportes como beisebol, futebol americano, o basquetebol e o hóquei sobre o gelo, estavam na frente do futebol. 

O maior mico da competição aconteceu na abertura da competição e provavelmente por falta de treino. A cantora Diana Ross realizou um show no Estádio Soldier Field, em Chicago. Durante a sua apresentação, ela foi bater um pênalti para demonstrar ao seu público um pouco de futebol. Após tomar distância e dar inclusive a famosa paradinha, ela chutou bisonhamente para fora.   

Apesar das desconfianças, os EUA, tiveram êxito na organização da Copa, com a média de público chegando a 69 mil, sendo o recorde de todas as copas. Os estádios que antes costumavam exibir jogos de futebol americano, agora mostravam jogos da maior competição internacional de seleções. 

A surpresa foi que algumas equipes tradicionais e campeãs do mundo não conseguiram a classificação, sendo o caso de Uruguai e Inglaterra. Outra seleção, a França, também não conseguiu se classificar. 

O Brasil tinha mudado muito seu estilo desde o último título no México. O técnico era Parreira, e Zagallo, campeão em 1970, estava na coordenação técnica. Os convocados do Brasil eram Taffarel, Zetti e Gilmar Rinaldi. Nas laterais, o grupo tinha Jorginho, Leonardo, Cafu e Branco. Aldair, Márcio Santos, Ronaldão e Ricardo Rocha formaram a defesa. A formação do meio era composta por Dunga, Mazinho, Mauro Silva, Zinho, Raí e Paulo Sérgio. No ataque, a dupla histórica Romário, Bebeto. Müller, Viola e o jovem Ronaldo também foram à Copa.  

A campanha do tetra 

O Brasil do futebol arte tinha mudado. Não havia mais Pelé, Tostão, Gérson, Rivellino e Clodoaldo. Os craques de 1970 deram lugar a Taffarel; Jorginho (Cafu aos 21 minutos), Aldair, Márcio Santos e Branco; Mauro Silva, Dunga, Mazinho e Zinho (Viola); Bebeto e Romário. 

A seleção brasileira tinha ficado no grupo B com Suécia, Rússia e Camarões. Na primeira fase, o time canarinho fez 2 a 0 contra os russos, aplicou três contra a equipe camaronesa, mas empatou com os suecos por 1 a 1. A partir das oitavas, os brasileiros tinham um compromisso marcado com os donos de casa. O jogo ocorreria justamente no Dia da Independência americana. O espírito nacionalista estava no ar e uma batalha aconteceria.  

Durante a partida, o lateral Leonardo desferiu uma cotovelada no adversário e acabou expulso. Nos últimos 15 minutos da partida, quando tudo se encaminhava para a prorrogação, Bebeto marcou o único gol da partida, garantindo a passagem brasileira para a fase seguinte. 

O próximo desafio era contra a Holanda. Esse confronto pode ser definido como o melhor jogo do Brasil na Copa. A primeira etapa acabou empatada sem gols, após uma intensa e equilibrada disputa. 

Na segunda parte da decisão, Romário abriu o placar e Bebeto ampliou. Os holandeses Bergkamp e Winter colocaram o seu time novamente no páreo. A cara do empate predominava no jogo, tudo indicava a prorrogação. A partir dali entrava a redenção pessoal do criticado Branco. Ele só estava em campo porque Leonardo havia sido suspenso. Foi exatamente o lateral que cobrou uma falta. Até Romário precisou se contorcer todo para que o canudo não desviasse. Assim, o gol classificou o Brasil para a semifinal. 

Na partida anterior a grande final, o Brasil enfrentou a Suécia. Quem salvou a seleção da apreensiva prorrogação da partida acabou sendo o baixinho Romário, que fez o gol da classificação aos 35 minutos do segundo tempo. Na final, o adversário seria o mesmo do tricampeonato em 1970: A Itália. 

O encontro de velhos conhecidos

A final da Copa marcaria o encontro de velhos conhecidos, o Brasil e a Itália. O belo jogo do Brasil na final de 24 anos atrás, não se repetiria. Tanto o nosso time, como os italianos lutavam pelo tetra. Os posicionamentos demasiadamente defensivos tiraram qualquer atrativo da final. Os times não conseguiam criar jogadas. 

Quase não houve chances claras de gol, com exceção de Romário, perdendo um gol livre, cara a cara com o goleiro. Outro chute despretensioso, quase virou um frango do goleiro italiano Gianluca. A bola entraria no gol, se não fosse a salvadora trave, sendo uma excelente defensora. 

Sem justificativas para a vitória italiana ou brasileira, o confronto se estendeu à prorrogação e consequentemente aos pênaltis. Na primeira final disputada nas penalidades em toda a história das Copas do Mundo, as cobranças começaram a ser desperdiçadas. Talvez pelo cansaço de um clima de sol quente do meio dia ou pela temperatura que beirava os 45 graus. 

Créditos: Divulgação

O jogador italiano, Baresi, desperdiçou a primeira cobrança. O brasileiro Márcio Santos também errou. Albertini na sequência converteu. Romário fez o seu papel. Evani e Branco acertaram as suas penalidades. Depois disso, a estrela de Taffarel brilhou ao defender o chute de Massaro. 

O capitão Dunga deixou o dele, colocando toda a responsabilidade em cima do italiano Baggio, porque se o jogador errasse, o Brasil seria campeão. Ele tomou distância, respirou fundo e correu em direção a bola. Adivinhe o que aconteceu? A bola voou por cima do travessão. Com isso, o Brasil conquistou o mundo pela quarta vez.

Dunga, o cão de guarda brasileiro

A história de Dunga na seleção é digna de ser conhecida como a reviravolta perfeita. O volante vinha da Copa do Mundo de 1990, no qual o Brasil havia perdido para Argentina nas oitavas de final. Dessa forma, ele passou a representar um futebol defensivo e tecnicamente fraco. 

Sua principal característica era o desarme e além disso ainda contava com a raça, sua companhia inseparável. Ao lado de Mauro Silva, Dunga formou um paredão na frente da zaga brasileira. Não passava nada. 

O passe qualificado do capitão deixou muitos torcedores e críticos de boca aberta, porque argumentavam que havia falta de técnica em seu futebol. Isso não foi visto durante a Copa. A sua redenção com os brasileiros iniciou em 1994, perdurando até o mundial seguinte, quando foi vice-campeão com o Brasil.  

A sua personalidade sempre forte deixava os brasileiros confiantes. A forma como o bateu o pênalti contra a Itália, seca e certeira, com o direito a comemoração de punho fechado, demonstrou sua firmeza como capitão da seleção. 

Típico de brasileiro: Branco volta com jogo de cozinha, avaliado em 18 mil dólares

A cena típica de brasileiros que vão viajar para outros países e compram produtos ou presentes é no mínimo comum. Só não é comum quando alguém decide trazer uma cozinha inteira dos EUA até o Brasil. Isso aconteceu com o lateral da seleção, Branco, que comprou um jogo de cozinha, avaliado em 18 mil dólares, no país americano. 

No entanto, não foi apenas Branco que realizou essa proeza. Outros jogadores e dirigentes também fizeram compras, incluindo o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira. Ele teria adquirido itens para o seu bar no Rio de Janeiro. Ao todo, a delegação brasileira tinha trazido de volta ao Brasil 15 toneladas a mais na sua bagagem. 

Para não passar na malha fina, o dirigente ligou para Brasília, conseguindo a liberação de todos os integrantes da delegação. Apesar de todos os movimentos para tentar escapar da Receita Federal, a CBF acabou pagando mais de R$ 46 mil por todos os produtos importados.  

O gol contra que valeu uma vida

O episódio mais triste de toda a Copa certamente foi o assassinato do zagueiro colombiano, Andres Escobar, de 27 anos. Ele acabou morto por ter feito um gol contra no confronto com os EUA. Nesse jogo, a Colômbia perdeu por 2 a 1, dizendo adeus a todas as chances que ainda possuía de classificação para o mata-mata. 

Após 10 dias da eliminação colombiana, Escobar estava em uma discoteca na Colômbia, onde se envolveu em uma confusão com pessoas que o estavam criticando por ter feito o gol contra. Uma das versões da acusação aponta que narcotraficantes teriam encomendado a morte do zagueiro porque perderam dinheiro em casas de apostas. 

A Colômbia carregava uma boa expectativa sobre o mundial. O time tinha feito uma eliminatória muito boa, goleando até mesmo a Argentina, em Buenos Aires. A campanha ruim na Copa deixou muitos torcedores revoltados. Na época o país colombiano estava passando por um momento difícil de violência, devido ao narcotráfico. 

Estatísticas 

Gols: 141 gols

Média: 2,71 por partida

Melhor ataque: Suécia (15 gols)

Maior goleada: Rússia 6 x 1 Camarões

Artilheiro da copa de 1994: Hristo Stoichkov e Oleg Salenko – Bulgária e Rússia (6 gols)

Copa de 2002: O improvável Ronaldo dentro e o craque Romário fora

Algo inédito aconteceria na Copa de 2002, não seria apenas em um país sede, mas sim em dois: Coreia do Sul e Japão. Um ano antes de começar a Copa, em 2001, Luiz Felipe Scolari assumiu a seleção no lugar de Emerson Leão, com a missão de buscar o penta.

A grande polêmica foi a não convocação do baixinho Romário. O jogador concedeu uma entrevista ao Esporte Interativo, contando que o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, havia prometido convocar o craque para o mundial, durante um encontro no Rio de Janeiro. 

Segundo o técnico da seleção, à época, ele também teve uma conversa com o gestor da confederação. Durante o bate papo, Teixeira apresentou para Scolari dois caminhos, de uma Copa com Romário e de uma Copa sem o atacante. Mas, de acordo com o treinador, não houve imposição do presidente na convocação da seleção que conquistou o penta. 

Outro jogador que esperava ser convocado era o meia Alex. Ele brilhou em Cruzeiro e Palmeiras. O jogador vivia o seu melhor momento na carreira com um raciocínio rápido e chutes potentes. 

Mesmo assim, Felipão não o escolheu, de acordo com o técnico, Alex não tinha uma característica muito defensiva. Como precisava de um meia que retornasse para marcar, escolheu primeiro Kléberson e depois quando Emerson foi cortado o nome chamado foi Ricardinho.   

Créditos: CBF

Dessa forma, Felipão chamou os seguintes jogadores: na meta, Marcos (Palmeiras), Rogério Ceni (São Paulo) e Dida (Corinthians); a zaga foi formada por Lúcio (Bayer Leverkusen), Roque Júnior (Milan), Edmilson (Lyon) e Anderson Polga (Grêmio); as laterais tinham Cafu (Roma), Roberto Carlos (Real Madrid), Belletti (São Paulo), Júnior (Parma);  No ataque Ronaldo (Inter de Milão), Rivaldo (Barcelona), Luizão (Grêmio) e Edilson (Cruzeiro). 

O Brasil estava no grupo C com Turquia, Costa Rica e China. O esquema utilizado por Felipão durante a Copa foi inspirado na seleção rival Argentina, que utilizava três zagueiros, dando liberdade para os laterais subirem , a fim de apoiar o ataque. A curiosidade é que o gaúcho nunca tinha escalado a formação, já que em times anteriores como Grêmio e Palmeiras, sempre usou quatro defensores.

Assim, os brasileiros iniciavam a Copa com os titulares: O goleiro Marcos, os zagueiros Roque Junior, Edmílson e Lúcio, Gilberto Silva se posicionava como volante à frente da zaga. O homem do chute forte, Roberto Carlos na direita e Cafu ficava na lateral esquerda.  O meio ainda era composto por Ronaldinho Gaúcho e Juninho Paulista. A dupla de ataque tinha os lendários Ronaldo e Rivaldo. 

Ronaldo: O improvável

A maior incógnita do time era Ronaldo, que vinha de uma lesão grave no joelho, além de algumas dores no adutor da coxa. Outro jogador que não estava 100% era o Rivaldo. Ele tinha problemas no joelho. Por isso, boa parte da Copa a dupla passou fazendo tratamento para que pudessem ajudar o Brasil nos jogos. 

Mesmo não estando em boas condições físicas, Ronaldo e Rivaldo foram para o primeiro confronto da competição. O adversário era a Turquia. Os brasileiros saíram atrás no placar. Nos minutos finais do primeiro tempo o atacante Sas, fez o dele, jogando a tensão para o lado brasileiro. 

A partir do segundo tempo, a equipe brasileira foi para cima. O resultado demonstrou o gol de Ronaldo. Nesse jogo, Luizão sofreu o pênalti. O batedor escolhido acabou sendo Rivaldo, que deixou o dele, garantindo a primeira vitória da campanha do penta por 2 a 1.   

Na segunda partida contra a China, o Brasil fez a sua primeira goleada. O lateral Roberto Carlos, marcou o seu gol na competição, cobrando de forma linda uma falta. os outros gols foram anotados por Rivaldo, Ronaldinho e Ronaldo. O placar final foi 4 a 0. 

O trator verde e amarelo ainda  passou por cima da Costa Rica, no último jogo da primeira fase. Ronaldo fez dois gols. Rivaldo, Junior e o zagueiro Edmilson fizeram os outros gols. O gol do defensor pode ser considerado uma pintura, porque ele pegou de bicicleta. O jogo acabou em 5 a 2. 

O Brasil finalmente decolou, mas isso não significava que o mata-mata seria fácil. O Brasil enfrentou a Bélgica em jogo difícil. Até gol os belgas marcaram, no entanto para a felicidade do Brasil, acabou anulado. Após o susto, o Brasil reagiu. Rivaldo acertou um chute, abrindo o placar. depois disso, o fenômeno aproveitou um cruzamento de Kléberson para ampliar a vantagem. O Brasil tinha carimbado a sua ida para a próxima fase. 

Nas quartas de final, o time de Felipão tinha a Inglaterra de David Beckham e Michael Owen pela frente. Owen aproveitou uma falha do zagueiro Lúcio. Na sequência, Rivaldo empatou o jogo ainda no primeiro tempo. 

A virada sobre o adversário veio com um gênio da bola, que encantava até mesmo os rivais. Ronaldinho, ao cobrar uma falta na lateral direita, viu o goleiro adiantado. Todos pensavam que ele iria cruzar, nesse momento o jogador surpreendeu com um chute de efeito raro, que encobriu o arqueiro. O bruxo, como é conhecido, garantiu o Brasil na semifinal. 

Na partida que antecedeu a final, a seleção enfrentou a velha conhecida da fase de grupos, Turquia. A maior preocupação era o Ronaldo, que tinha sido machucado. Apesar das lesões, o craque acabou escalado. Assim como na primeira fase, o jogo se mostrou complicado, mas Ronaldo com sua simplicidade marcou o único gol da partida de bico. 

Na final da copa de 2002, os alemães estavam no caminho. O fenômeno tinha pela frente o melhor jogador da Copa, o goleiro Oliver Kahn. O embate foi vencido pelo camisa nove, quando em uma falha do goleiro no chute de Rivaldo, aproveitou a sobra e chutou para o gol.    

Ronaldo fez o seu segundo no jogo e o seu oitavo em toda a competição ao chutar colocado no canto de Kahn. Dessa forma, o craque com seu cabelo cascão se tornou uma peça fundamental para que o invicto Brasil trouxesse na bagagem a taça de campeão do mundo pela quinta vez. 

O destaque da seleção: Rivaldo

Entre todo o time de 2002, o destaque ficou para Rivaldo. A sua liderança foi primordial para o título ser debitado na conta do Brasil. O jogador é tido ainda hoje como o parceiro ideal para Ronaldo. Isso porque atuou como o cérebro da equipe, dando assistências, mas também marcando cinco gols.

A sua categoria no jogo histórico contra os ingleses é indescritível. Ainda podemos citar a final contra a Alemanha, jogo em que a sua estrela brilhou ao participar dos dois gols de Ronaldo.

O gol mais rápido das Copas

O gol mais rápido das Copas do Mundo tem nome e é do turco Hakan Sukur, aos 11 segundos de uma partida contra a anfitriã Coreia do Sul. O jogo era a decisão pelo terceiro lugar da competição, já que ambas as seleções foram eliminadas em confronto na semifinal, uma pelo Brasil e a outra pela Alemanha. Aquele gol garantiu o terceiro lugar da Copa do Mundo para a Turquia. 

Estatísticas 

Jogos: 64

Gols: 161

Média: 2,52 por jogo

Melhor ataque: Brasil (18 gols)

Artilheiro: Ronaldo (8 gols)

Maior goleada: Alemanha 8 x 0 Arábia Saudita

Depois de ter relembrado de como foram os cinco títulos de Copa do Mundo do Brasil, nós ficamos com uma alta expectativa e uma vontade intensa de ver o time brasileiro se sagrar campeão no Catar, não é mesmo? 

A chance de nós ganharmos é muito grande, porque nós temos ainda hoje um time de craques com Neymar e companhia. Por isso, te convidamos a torcer para o Brasil em cima do melhor sofá, assistindo aos jogos em uma Smart TV maravilhosa, aceita?

Além disso, você pode comemorar os gols da seleção ao comer petiscos feitos na fritadeira elétrica da Airfryer. Confira em nosso site as melhores ofertas para acompanhar a Copa com muito conforto.